quarta-feira, 16 de junho de 2010

Hoje

Passos arrastados em um corredor escuro,
tombo.
A inevitável castração e a estática.
Vozes e passos e infinito:
a equação inexata da existência indiferente.
E mais uma vez, as lacunas
de uma fome que não é física.
Raízes extirpadas, vidas roubadas.
Valsa, valsa!
Até que o sangue falhe,
até sua voz deixar de existir...
Resta-nos apenas hoje,
e hoje é o dia do martírio,
o dia dos mártires
sem coração e sem razão.