terça-feira, 7 de agosto de 2007

Saudade dos amores que ficaram
no passado e no porta-retratos
Saudade da vida passada que jamais
retorna, vai como o rio
e desemboca no mar do desespero.
Ondas de crueldade nos distanciando.
Ilhas de sofrimento silencioso.
Saudade do tempo passado,
quando fomos inocentes:
Doces amantes entre olhares e promessas
"Ainda nos veremos...algum dia..."
Avise-me quando chegar
O dia em que a terra encontra o mar,
e o marinho está seguro,
e o viajante deleita-se.
E a amargura da boca
que jamais absorve o amor
dilui-se no beijo do dócil amante.
Conheço-te como o reflexo
de um sonho no vasto oceano.
Sei, como ninguém,
decifrar teu sorriso e teu pranto,
tudo o que queres dizer em teu canto,
alma saudadosa da pátria inexistente:
amores secretos sufocados no silêncio.
O que encontrarás ao fim
de tua jornada sem sentido:
remorsos, loucura ou vazio?
A consciência jamais se cala.
Sabes que tua imagem
nunca refletirá quem és.
O que buscas em um mundo
que jamais te aceitará,
que te mudará ao seu bel-prazer?
Êfemero, morto-vivo indiferente,
de que importam tuas
tolas e frágeis convicções,
os transeuntes implorando por um olhar,
todo o teu vasto conhecimento?

sábado, 4 de agosto de 2007

Sem perdão, sem verdades
O que será de nós?
Seremos punidos pelas vaidades
Seguiremos pelo caminho incerto
Veremos angústia, desespero
Sonhos, desejos, amores perdidos
Estaremos sempre à espera
Mesmo sabendo que eles jamais retornarão
Observaremos calados e com lágrimas
Conseguiremos, ainda, sentir?
Os deuses calaram-se, as ilusões cessaram
O mundo resume-se ao momento
Ao choro silenciado e despercebido
Às vidas desperdiçadas
Aos sofrimentos ignorados...