quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Corpo

A queda,
a tempestade,
o frio.

Luzes e terror,
solidão e tremores.

Criança,
por que choras
uma dor tão pequena?

Também eu conheço
essa febre,
esse tremor,
estes delírios,
esta loucura
e estas dores
que paralisam.

Não paramos no tempo, contudo.
Eu e você aqui,
eu que sou você,
daqui a doze anos talvez,
recordando-se de lampejos.

Vejo mil faces, ou sete,
todas espantadas,
e sou menor.

Sou menor porque tenho medo,
quem se lembrará da vívida sombra,
aquela em eterna queda?

Sou menor porque esvazio
todos os sentidos,
contrario condições...
imposições.

Não sou luz nem sombra,
sequer tenho identidade,
mas alguém me chama
de longe...
outros lamentos.

Imobilidade das vontades.
Desejo o céu,
e vejo luzes artificiais,
intermitentes
como uma febre.

Uma porção de liberdade,
no meio da loucura,
asas da insanidade
e vida automática.