sexta-feira, 6 de maio de 2011

Vi a cor da morte
Cobrindo-se com seus
mantos e camadas,
cavalgando
implacável.

Solitária e sem alento
As faces cruéis
com suas
máscaras infinitas

Fantasmas
de nosso tempo,
perseguindo
ideais vazios.

E em outra aparição, explosiva,
como uma estrela ardente em nossas mãos,
prometendo um futuro de liberdade e alivío

Sem peso
Sem corpos
Sem ossos

Comunhão
do sangue divino
das centelhas de nossas almas

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

E quando abri
os olhos,
os sinos tocaram
numa explosão
voraz;
neste dia
em que
estive
sem coração
vozes perdidas
sem lamentos
pelo
ontem,
que é hoje

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A primeira filha,
estrela cadente.
Galáxia de promessas.
Retorno e reparação.
Pequenos desejos
almas desatadas
Frágil.

Boneca de cera,
olhos vítreos.
Quero soprar-lhe a
minha vida.


As outras são
orgulhosas

Aqui temos mãos vazias
Braços que embalam
o terror
num buraco negro

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Meu mundo se resume
a tons de cinza.

O universo
me engole
com seus braços
incômodos

Raízes esmagadas,
lodo no tempo.

Estamos todos
perdidos
nessa penitência
sem fim.

A boca escancarada
em terror e dor,
salivando mágoas.

Bonecas de pano
retalhadas.

Contorcidas.

Delírios distorcidos.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Não há
mágica ou perfeição
na beleza aniquilante.

Risada falha;
fraca.
Almas evisceradas.

O ataque das palavras
Peso de quimera.
Formas flutuantes
de vida.

Cortar...sangrar?
Sonhar.

Reparar atrocidades
de uma inexistente guerra.

Galopes.
Longe, longe,
como uma indiferença
ensandecida.

Garras cravadas,
inquietação contida.

Corações em mudo
desespero
no mundo
vazio.

sábado, 18 de setembro de 2010

Cravando-se
em brasa, as garras
do nunca, do sempre,
garras de eternidade.

Um espelho com duas
faces.
Loucura é ocupação
em tempo integral,
como a dos apaixonados.

Pequenas insanidades
Ao longo do dia,
e um alívio
irreal...inexistente
mesmo na imaginação.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Hoje

Passos arrastados em um corredor escuro,
tombo.
A inevitável castração e a estática.
Vozes e passos e infinito:
a equação inexata da existência indiferente.
E mais uma vez, as lacunas
de uma fome que não é física.
Raízes extirpadas, vidas roubadas.
Valsa, valsa!
Até que o sangue falhe,
até sua voz deixar de existir...
Resta-nos apenas hoje,
e hoje é o dia do martírio,
o dia dos mártires
sem coração e sem razão.