quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A primeira filha,
estrela cadente.
Galáxia de promessas.
Retorno e reparação.
Pequenos desejos
almas desatadas
Frágil.

Boneca de cera,
olhos vítreos.
Quero soprar-lhe a
minha vida.


As outras são
orgulhosas

Aqui temos mãos vazias
Braços que embalam
o terror
num buraco negro

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Meu mundo se resume
a tons de cinza.

O universo
me engole
com seus braços
incômodos

Raízes esmagadas,
lodo no tempo.

Estamos todos
perdidos
nessa penitência
sem fim.

A boca escancarada
em terror e dor,
salivando mágoas.

Bonecas de pano
retalhadas.

Contorcidas.

Delírios distorcidos.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Não há
mágica ou perfeição
na beleza aniquilante.

Risada falha;
fraca.
Almas evisceradas.

O ataque das palavras
Peso de quimera.
Formas flutuantes
de vida.

Cortar...sangrar?
Sonhar.

Reparar atrocidades
de uma inexistente guerra.

Galopes.
Longe, longe,
como uma indiferença
ensandecida.

Garras cravadas,
inquietação contida.

Corações em mudo
desespero
no mundo
vazio.

sábado, 18 de setembro de 2010

Cravando-se
em brasa, as garras
do nunca, do sempre,
garras de eternidade.

Um espelho com duas
faces.
Loucura é ocupação
em tempo integral,
como a dos apaixonados.

Pequenas insanidades
Ao longo do dia,
e um alívio
irreal...inexistente
mesmo na imaginação.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Hoje

Passos arrastados em um corredor escuro,
tombo.
A inevitável castração e a estática.
Vozes e passos e infinito:
a equação inexata da existência indiferente.
E mais uma vez, as lacunas
de uma fome que não é física.
Raízes extirpadas, vidas roubadas.
Valsa, valsa!
Até que o sangue falhe,
até sua voz deixar de existir...
Resta-nos apenas hoje,
e hoje é o dia do martírio,
o dia dos mártires
sem coração e sem razão.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O homem desdobra-se em mil.
- É necessário parar - vem o grito
do tempo, o caos ordenado, orquestrado.
São os espantados invólucros que continuam,
nesta luta invisível e histórica.
Dissolvem-se no escuro da solidão,
digladiam-se contra monstros
já bem conhecidos - e temidos -
contra o mundo, contra a vida,
que insiste em seguir seu curso.